terça-feira, 29 de março de 2011

As mãos



Enquanto imprimia suas mãos no pedaço de papel alguém em algum outro lugar escrevia uma mensagem, outro plantava uma horta, muitos construiam casas, consertavam coisas, inventavam soluções e faziam descobertas. Ao mesmo tempo, outras tantas pessoas usavam suas mãos para segurar armas, atirar pedras, distribuir medo e horror, destruir e arruinar.

Naquele mesmo dia, depois de sujar suas mãos com tinta, o menino desenhou até cansar. Pintou, inventou uma cidade inteira, imaginou uma corrida de carros, criou um desfile de escola de samba usando peças de um brinquedo. Correu, pulou, jogou bola e por fim, depois de espalhar alegria e brincadeira por onde passou, abraçou sua mãe e muito contrariadamente foi dormir. Ele mal podia esperar o próximo dia chegar, porque apesar de tão pequeno já sabia: quanta coisa boa a gente pode fazer com nossas mãos, um pouco de criatividade e boa vontade.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Fim ou um novo começo?



A escavadeira

Outro dia, vi um menino brincando de Lego. Ele e seu amigo criaram uma cidade inteira. Pontes, prédios, ruas e diversas outras construções onde, na imaginação deles, devia morar muita gente.

As vozes imitando as pessoas falando, som de buzina, sirene. De repente, uma avalanche e em segundos tudo que eles tinham construído a manhã toda estava destruido. O amigo que havia ajudado a colocar peça sobre peça ficou triste. Pensou que estava tudo perdido e disse que não queria mais brincar. O outro, contente, via naquela bagunça uma oportunidade de reconstruir tudo de novo, só que dessa vez diferente.

Então, apesar de triste, o amigo mais medroso se juntou ao outro e os dois subiram na escavadeira. Primeiro limparam tudo e logo em seguida iniciaram a reconstrução.

- Dessa vez vamos construir uma cidade do futuro, melhor que a outra, disse o mais animado.
- Tá bom. Nessa nova cidade vai caber todo mundo, todos vão ser amigos e até os inimigos vão ajudar, disse o outro.

A cidade ficou incrível. Foi até difícil parar a brincadeira e guardar tudo quando a mãe chamou. Mas agora eles já sabiam: podiam começar e recomeçar, sempre.

quarta-feira, 16 de março de 2011

O ditado topológico e as coisas que mais gosto



Na rua onde o Milton Nascimento morava tinha uma casa. Ao lado dela havia uma árvore. Em cima da árvore morava um passarinho. Milton gostava de tocar violão embaixo desta árvore...

Vagas lembranças. Uma árvore, minha rua? Um violão? Não. Um carrinho favorito, a bicicleta, meu primeiro ralado no joelho? Memórias e mais memórias dos meus dias de menino. O Milton gostava de tocar violão embaixo de uma árvore. E eu?! Afinal, das coisas que vivi quais ainda guardo comigo? Será que sei dizer o que mais gosto de fazer?

Ah, agora é fácil, quando estou bem à vontade gosto de olhar para as nuvens no céu, pular numa poça bem grande, rir sem motivo e desenhar o mundo do meu jeito. Sem horário, sem limites, sem qualquer obrigação. E depois?...

Um desenho e a estória já vem




Cavaleiro a procura de uma princesa. Até agora, nada. Será que existem mesmo princesas?

Por hora, apenas pensando em um nome para o solitário aí ao lado. Alguma ideia?!

Cavaleiros, ninjas, alienigenas, monstros, piratas...
Daqui a pouco outro desenho.