No começo era assim: elas andavam pela terra, escolhiam as melhores folhas, algumas mais ambiciosas e corajosas carregavam folhas enormes, ou até mesmo pedaços de frutas e insetos mortos. Faziam uma fila imensa à caminho de sua casa, levando toda comida que podiam nas costas, trabalhando pesado o verão todo para que quando chegasse o frio estivessem todas em seus formigueiros, seguras, quentinhas e de barriguinha cheia.
As formigas são o gênero animal de maior sucesso no planeta, constituem de 15% a 20% de toda biomassa animal terrestre (hein?!). E seus formigueiros (autênticas obras de engenharia, normalmente sunterrâneas, com um complexo sistema de túneis e câmaras com funções especiais – para o armazenamento de alimentos, para a rainha, o “berçário”, onde são tratadas as larvas, etc.) estão por toda parte, menos nos pólos (elas não gostam de frio).
Mas foi então que as cidades começaram a crescer, casinhas, alguns castelos aqui e ali... depois prédios gigantescos, milhares deles, ruas, estradas, carros. E as formigas - altamente organizadas que são - resolveram se adaptar a essa nova realidade, passaram a subir andares e descobriram o AÇUCAR e o açucareiro.
Algumas devem ter tido treinamento ninja porque aparecem (do nada) num piscar de olhos. Outro dia fiz o teste: deixei meu copo de suco de uva (docinho) em cima de uma mesinha no meu quarto, saí do quarto e quando voltei pouco tempo depois... lá estavam elas, algumas já haviam mergulhado no líquido roxo, outras subiam no copo decididas a fazer não sei bem o quê (já que não levariam o suco para seu formigueiro) e outras já estavam organizadas em uma fila que vinha não sei bem de onde. NINJAS. Formigas ninjas.
Aliás, onde fica o formigueiro dessas pequenas abusadas que insistem em invadir minha casa - no 19º andar de um prédio?!
E digo mais, elas não vem só atrás de doce, farelos de biscoito. qualquer resto de comida, ou mesmo beber suco ou leite com chocolate. Elas atacaram o pior remédio do mundo, um que eu corri para não tomar. Essas formigas mutantes, gulosas, "alieninjenas".
Já disse uma vez e não vou repetir: na minha casa não, voltem a carregar suas folhinhas lá no chão.