quinta-feira, 7 de abril de 2011

Todo mundo



O que é família? Quem são aqueles que fazem parte da minha família? São aqueles que têm o mesmo sobrenome que eu? Ou aqueles cujo sangue originaram o meu? São meus pais, meus avós, meus irmãos, tios, tias, primos e primas e só esses?
Ou também todos aqueles que ao meu lado estão?

Eis a questão:

Um homem antigo desenhou um círculo e lá dentro colocou apenas aqueles que para ele tinham algum valor. Pessoas que compartilhavam o mesmo pensamento que o seu, pessoas que tinham o mesmo ponto de vista que o seu e mais uns outros que de alguma forma lhe eram interessantes. Vi que ele deixou de fora um filho e uma porção de pessoas legais. Indignado, perguntei o por quê. O homem, muito sisudo e mal humorado, sem muita convicção, disse apenas que o menino não era como ele gostaria, não tinha os requisitos necessários para estar em seu círculo e também não respondia às suas expectativas.

Expectativas, requisitos? Então quer dizer que a gente contrata as pessoas para fazerem parte da família assim como se contrata funcionários para uma empresa?

Que coisa estranha.

Comigo não é assim: para fazer parte da minha família basta saber duas coisas: amar e respeitar. E olha que nem precisa SER só humano, pode SER animal, vegetal e até mesmo um SER alienígena. E se tiver que preencher algum requisito, que seja saber SER amigo acima de tudo.

Tentei desenhar um círculo para colocar lá dentro todos os membros da minha família, não deu. Descobri que o círculo capaz de abrigar toda a minha família teria de ser grande, mas muito grande mesmo. Um círculo que nunca caberia num pedaço de papel. Na verdade, um círculo para abraçar toda a minha família teria de ser assim... do tamanho do Mundo, pois só assim pra caber todo mundo.

No desenho aí acima, feito em papel A4, não coube muita gente. Desenhei, então, minha mãe, meu pai, meu amigo Tarso e eu.

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